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domingo, abril 13, 2008

Genocidio no Ruanda






Genocídio no Ruanda

Foi no dia 6 de Abril de 1994, que a humanidade assistiu a um dos maiores horrores de que há memória. No Ruanda, tensões étnicas entre os hutu e os tutsi deram origem à violência e ao vasto derramamento de sangue, em sequência do agravamento de um conflito de décadas.
No início da década de 90, o conflito entre as duas tribos (hutu e tutsi) aumentava a cada minuto, devido ao facto de os hutus constituírem a maioria da população, embora os tutsis dominem a vida política e económica deste país desde que os antigos colonos belgas promoveram representantes deste etnia a postos administrativos.
Até que a 6 de Abril de 1994, a morte dos Presidentes Juvenal Habyarimana, do Ruanda, e Cyprien Ntaryamira, do Burundi, num inexplicável acidente de avião, quando este se aproximava de Kigali (capital do Ruanda), significou o acender do rastilho de uma guerra civil muito sangrenta.
Os extremistas hutu usaram o acidente como pretexto para chegarem ao poder e tentaram aniquilar a população tutsi e os hutu moderados. Resultado: entre Abril e Julho de 1994, morreram mais de 800 mil pessoas, no maior genocídio que alguma vez aconteceu em África.




O genocídio levou ao êxodo massivo da população tutsi que não tinha outra alternativa senão fugir do país. Calcula-se que mais de dois milhões de ruandeses abandonaram o território, procurando refúgio em países vizinhos e que dentro do país, os deslocados foram mais de 1,5 milhões de pessoas. A guerra civil afectou directamente mais de metade da população ruandesa que tinha cerca de sete milhões de habitantes.
O Ruanda, pequeno país, famoso por sua miséria, tornou-se o terceiro país africano na importação de armas. Entre Janeiro de 1993 e Março de 1994, graças sobretudo a financiamentos franceses, adquiriu da China 581.000 catanas, armas impróprias, mas de preço acessível. A França aliou-se ao governo de Habyarimana mas, para alimentar o conflito, chegaram também armas egípcias, britânicas, italianas, sul-africanas, israelitas, zairenses e de outros países.




Nenhuma potência ocidental ou organismo internacional inspeccionou o seu comércio, nem impôs proibições; assim é que, nos mercados de Ruanda, é mais fácil encontrar granadas do que frutas ou verduras.
O genocídio ruandês é um dos piores eventos na história da humanidade. Entre os responsáveis, alguns começam a pagar pelos seus actos. Mas, entre os que podiam interferir para bloqueá-lo e não o fizeram, ninguém se preocupa. Hoje está difícil conseguir a estabilidade em Ruanda.
O país está nas mãos firmes de Paul Kagame, desde as vitoriosas eleições do último verão. Ele é o general tutsi que, em 1994, levou a Frente Patriótica à vitória sobre a guerra civil, entrando vitorioso na capital Kigali em 4 de Julho, enquanto as tropas francesas de “manutenção da paz” ocupavam o sudoeste, durante a “Opération Turquoise”.
Paul Kagame ficou como vice-presidente e Pasteur Bizimungu como presidente mas, em 2000, os dois homens fortes entraram em conflito, Bizimungu renunciou à presidência e Kagame ficou como presidente. Em 2003, Kagame foi finalmente eleito para o cargo, no que foram consideradas as primeiras eleições democráticas depois do Genocídio. Entretanto, cerca de 2 milhões de hutus refugiaram-se na República Democrática do Congo, com medo de retaliação pelos tutsis. Muitos regressaram, mas conservam-se ali milícias que têm estado envolvidas na guerra civil daquele país.
O governo de Kagame obteve importantes resultados económicos e sociais, mas responde por graves violações de direitos humanos, de limitações à liberdade individual. Está ainda envolvido, não tanto como no passado, na guerra que levou à morte outros três milhões de pessoas na República Democrática do Congo. A situação da justiça e as condições de vida nas prisões do país são gravíssimas.
Dez anos depois a memória do genocídio ainda está bem presente nas mentes de todos os ruandeses, sejam eles hutus ou tutsis. O repórter Emídio Fernando da TSF revela mesmo que as feridas do massacre estão bem presentes: “não conheci uma única pessoa no Ruanda que não tivesse tido um familiar morto à catanada”.
O Ruanda é um país traumatizado pela guerra civil, destruído na maior parte das suas infra-estruturas sociais, económicas e políticas que tenta agora recuperar. No entanto, a reconciliação étnica é algo em que Emídio Fernando não acredita. “Os hutus e os tutsi não se misturam e assim é difícil que se consiga estabelecer uma democracia”.



Fontes: TSF; wikipédia

 

 
 

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