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domingo, maio 04, 2008

Chuva àcida


A partir de 1860, começaram a ser observadas, na Inglaterra e na Escócia, as chuvas "negras", escurecidas pelas substâncias poluidoras. O termo "chuva ácida" foi empregado pela primeira vez somente dez anos depois.
As pesquisas mais detalhadas sobre o assunto são recentes. Em 1967, cientistas explicaram a formação da chuva ácida e descreveram o transporte, pelo vento, de poluentes de um país a outro. Cinco anos depois, a ONU organizou um seminário sobre meio ambiente e alguns países decidiram adoptar medidas para reduzir a formação de chuvas ácidas.
Uma importante consequência da poluição do ar são as chuvas ácidas, que corroem edifícios, carros, monumentos e matam a vegetação. São chuvas que contêm poluentes ácidos ou corrosivos, produzidos por reações químicas na atmosfera devido à mistura de diversos tipos de gases com a água que existe no ar e dá origem às chuvas. E não são apenas os habitantes e o meio ambiente das áreas industrializadas ou com grande número de veículos que sofrem com as chuvas ácidas. Elas ocorrem também em regiões distantes, pois os ventos podem carregar as nuvens poluídas para longe, onde ocasionam estragos na agricultura, inutilizando colheitas, empobrecendo os solos e até mesmo matando grande quantidade de peixes nos rios.
A presença de componentes estranhos na atmosfera (principalmente óxidos de nitrogènio e de enxofre) tem sido responsável pela ocorrência das chuvas ácidas. Na atmosfera essas substâncias reagem quimicamente e produzem os ácidos sulfúrico e nítrico.
Esses gases, ao atingirem a Terra, sob a forma de precipitações, alteram também a composição química do solo e das águas, prejudicando as formações florestais e as lavouras. Além disso, a acção corrosiva dos ácidos sulfúrico e nítrico atinge fortemente as estruturas metálicas, os edificios, além de provocar sérios problemas à saúde da população.
Para que a chuva seja considerada ácida, e, portanto, prejudicial ao ambiente, o valor do seu pH deve ser inferior a 5,6.







A chuva ácida é um problema sério porque é invisível, e pode afectar uma região durante muitos anos sem que os seus efeitos sejam percebidos, quando estes efeitos se tornam visíveis, os danos provocados são grandes e alguns, possivelmente, irreversíveis.
Alguns dos efeitos provocados pela chuva ácida são:
- Rios e Lagos - A acidificação de solos, rios e lagos está directamente relacionada com a acidez da água das chuvas. Solos altamente alcalinos (calcários), entretanto, podem neutralizar a acidez da água antes dela atingir o rio ou lago. A existência de bosques ou florestas também reduz o impacto da acidificação das águas, assim como chuvas fortes (pela diluição). Uma das causas mais importantes da mortandade de peixes em lagos da Suécia e Noruega é a alta concentração de alumínio logo após o início da primavera. A procriação de sapos e outros anfíbios é muito afectada pela acidificação das águas, pois durante os primeiros estádios de desenvolvimento dos ovos, a divisão das células deixa de ocorrer.





- Biodiversidade - As árvores são muito vulneráveis aos efeitos de longo prazo da chuva ácida, porque possuem crescimento lento e têm vida longa. Além de atacar assuas folhas, a acidez afecta as árvores através da retirada de nutrientes pelas raízes (a partir de determinado pH, a solubilização de metais altera a relação entre nutrientes e metais pesados disponíveis para a planta). Na antiga Alemanha Ocidental, os primeiros sintomas de efeitos sobre florestas foram descobertos durante os anos 60 na Floresta Negra. Em 1984, metade das florestas da Alemanha Ocidental estavam danificadas, e os prejuízos anuais estimados eram de 7 a 10 biliões de marcos.
- Produção Agrícola - Os danos causados à agricultura pela chuva ácida podem ser significativos. Estima-se que no Reino Unido as colheitas já foram reduzidas em cerca de 10%, resultando numa perda anual de 25 milhões de libras esterlinas. Pesquisadores verificaram na Índia que a colheita do trigo plantado próximo a uma central termoeléctrica, onde a deposição de SO2 era quase cinco vezes maior que a carga crítica (que é a deposição máxima que o solo pode receber sem ser danificado), era 49% menor que a colheita do mesmo tipo de trigo plantado a 22 quilómetros dali.
- Estruturas Urbanas- Edifícios, pontes metálicas, monumentos e outras estruturas urbanas, também são atacados pela chuva ácida, em conjugação com outros poluentes, especialmente o ozono. Estima-se que algumas construções sofreram mais danos nos últimos 30 anos do que nos 600 anos anteriores, como é o caso da Acrópole em Atenas, do Taj Mahal na Índia, dos palácios de Veneza e das catedrais da Alemanha.
- Saúde Humana- Níveis elevados de SO2 e NO2, além de CO e ozono, podem causar sérios danos à saúde humana. O desastre de Londres em 1952 (London’s Great Smog) é um exemplo, onde os elevados níveis de SO2 e NO2 causaram cerca de 4.000 mortes. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias preexistentes, como asma e bronquite crónica foram as maiores vítimas.


Formação da chuva ácida
O gás carbónico atmosférico dissolve-se nas nuvens e na chuva para formar um ácido fraco : o ácido carbónico. Este ácido confere à chuva um pH de 5,6. Este valor de pH, resultante da contribuição de um gás naturalmente presente na atmosfera, indica que a água da chuva é levemente ácida. Entretanto, valor de pH inferior a 5,6 indica frequentemente que a chuva se encontra poluída com ácidos fortes como o ácido sulfúrico e o ácido nítrico e, eventualmente, com outros tipos de ácidos como o clorídrico e os ácidos orgânicos.
A deposição ácida é causada principalmente pelas emissões de dióxido de enxofre e dos óxidos de nitrogénio. Estes poluentes primários do ar são gerados pela queima de combustíveis fósseis em veículos e indústrias, nomeadamente nas centrais termoeléctricas, refinarias de petróleo e indústrias siderúrgicas e, ainda, no processo de fabricação de ácido sulfúrico, ácido nítrico, celulose, fertilizantes e na metalurgia dos minerais não metálicos, entre outros. Uma vez libertados na atmosfera, estes gases podem ser convertidos quimicamente em poluentes secundários, como os ácidos sulfúrico e nítrico.




Em algumas regiões localizadas, a chuva pode ser acidificada por emissões naturais provenientes da actividade geotérmica (vulcões e fontes termais), da queima de biomassa e através de processos metabólicos em algas, fitoplâncton e em algumas plantas presentes em ambientes marinhos, costeiros e continentais.
O dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogénio, que são os principais gases formadores da chuva ácida, podem ser transportados até cerca de 3000 Km de distância, dependendo do vento, da altura das chaminés das fábricas, da frequência das chuvas e das condições da atmosfera. A exportação das chuvas ácidas para regiões não produtoras de poluição foi a causa imediata para que o problema fosse avaliado a nível internacional. O Brasil pode estar a enviar a chuva ácida para o Uruguai, assim como países da Europa Ocidental exportam acidez para a remota Escandinávia.
As medidas anti-poluentes adoptadas na década de 70 contribuíram para o “mercado de exportação” das chuvas ácidas. Foi o que ocorreu no Parque Nacional de Aidrondack, uma enorme área verde dos Estados Unidos da América, com montanhas e lagos, protegidos por uma rigorosa legislação de defesa do meio ambiente. Ninguém imaginaria que nesse paraíso terrestre houvesse qualquer sinal de poluição. No entanto, em 1976 verificou-se que os peixes da maioria dos lagos do parque tinham desaparecido, a causa deste desastre ambiental estava a mais de 800 quilómetros de distância, no complexo siderúrgico de Sudbury, em Ontario, no Canadá. Para impedir que a poluição prejudicasse as áreas vizinhas, de Sudbury as chaminés, deste complexo industrial têm 400 metros de altura. Lançando assim, para as camadas mais altas da atmosfera, os gases venenosos, que são levados pelos ventos que sopram para leste encontrando a barreira dos Montes Apalaches, ocorrendo a precipitação da chuva ácida em pleno parque. Estudos efectuados mencionam que o Canadá recebe dos Estados Unidos da América quatro vezes mais dióxido de enxofre e onze vezes mais óxido de azoto do que envia para esse país.




Algumas iniciativas têm sido tomadas contra esta forma de poluição. Em Março de 1984, reunidos em Madrid, os representantes de nove países europeus e do Canadá acordaram em reduzir em 30%, na década seguinte, as suas emissões de enxofre. Não foi tarefa suave, dado o elevado custo dos equipamentos para combater a chuva ácida. Na França, por exemplo, onde já são obrigatórios, estes dispositivos representam 10% do custo global das centrais termoeléctricas, onde estão instalados. Para os financiar, quase sempre é indispensável aumentar as tarifas de energia - um risco político que os governos têm relutância em assumir. Alguns casos, porém, comportam soluções mais baratas. Foi o que fez o governo da Grécia: a área do centro de Atenas, onde os carros só podem circular em dias alternados, foi ampliada de 8 para 67 km2, numa tentativa de dissolver a nuvem negra que corrói implacavelmente dois milénios e meio de história. As questões de natureza política estão individualmente ligadas às questões ambientais e, particularmente, à problemática das chuvas ácidas.

 

 
 

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