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domingo, fevereiro 10, 2008

Karate





Karate: das origens aos nossos dias.

No século VI depois de Cristo o monge indiano budista Bodhiarma trouxe para a China os primeiros movimentos desta arte, ensinando-o a outros monges chineses que o adaptaram como exercício diário – no sentido de conseguir a descontracção física e espiritual e também como método de defesa pessoal, já que eram vítimas constantes de salteadores e bandidos e as suas crenças religiosas não lhes permitiam usar armas.
Esta arte com várias designações: Kung Fu ou Kempo foi-se espalhando por vários templos budistas na China a partir do mosteiro de Shaolin, localizado no Norte da China.
Por volta do século XVII desenvolveu-se na ilha de Okinawa, que estava em contacto estreito com a China e Japão, uma arte marcial: o Okinawa-te (mãos de Okinawa). Esta arte marcial resultou da simbiose entre o Kung-fu, ensinado por mestres, mercadores e soldados chineses, com uma arte marcial indígena.
Após a anexação da ilha de Okinawa pelo Império do Sol nascente, os habitantes da ilha foram proibidos de transportar armas. A partir daqui constituíram-se grupos secretos que transmitiam e praticavam á noite os seus conhecimentos desta arte marcial. Os membros do corpo tornavam-se armas perigosas substituindo os punhais e as espadas. Outras artes marciais desta altura faziam uso de utensílios domésticos e agrícolas.
O karaté desta altura tinha como objectivo último a morte do adversário, regra geral os samurais – soldados japoneses treinados na arte da esgrima conhecida por Kendo, ainda hoje praticada dentro e fora do Japão.
Por volta de 1878, o Karate é praticado abertamente em Okinawa pelos mestres Itosu, Igaona e Gigin Funakoshi.

Funakoshi transformou o Okinawa-te no popular Karate (mão vazia), tendo realizado as suas primeiras demonstrações do Karate no Japão em 1922. A sua arte era não só um estilo de luta mas também uma conduta de vida e um conjunto sólido de princípios filosóficos. Na cidade de Tóquio fundou a sua escola intitulada Shotokan,( Shoto era como Funakoshi assinava seus poemas, significando pinheiros ondulando ao vento e kan significa edifício). Os discípulos de Funakoshi construíram um dojo ( lugar do Caminho, onde se praticam as artes marciais japonesas) em sua homenagem e designaram-no de Shotokan. O Shotokan foi destruído durante um bombardeamento aéreo americano na II Guerra Mundial.
No entanto a designação perdurou e mais tarde designou o seu estilo dentro do Karate caracterizado por posições com centro de gravidade muito baixo, e em que a técnica de um "simples" soco directo, pode nunca ser dominada, e só o é com muitos anos de treino, mas quando a técnica é dominada o seu impacto é brutal. No shotokan são levados a sério factos como a concentração e o estado de espírito, pois sem concentração a técnica de pouco vale, devendo estes dois atributos expandir-se com o treino.
O filho do mestre Funakoshi, Yoshitaka, também fez jus ao nome do pai desenvolvendo o karate sobretudo ao nível das técnicas de pés.
Dentro do estilo Shotokan, encontra-se o Shotokai, desenvolvido pelo mestre Egami, discipulo do mestre Funakoshi. Esta variante muito fechada, com uma forte componente mental, trabalhando fundamentalmente, em descontracção, muito baixo, á velocidade máxima e em plena «suplesse». Concomitantemente, aboliu na prática muitas blocagens clássicas e as combinações mecanizadas: em combate o Shotokai não bloqueia, nem esquiva os ataques, ao invés «entra» antes do adversário, donde o incansável treino da velocidade.
A competição dentro do Shotokai é controversa sendo assumida naturalmente por alguns clubes e peremptoriamente rejeitada por outros clubes. Segundo o mestre Tetsuji Murakami, a evolução de um karateca é infindável, na medida em que se a idade diminui o poder físico aumenta o poder mental.
O estilo Goju-Ryu (A Escola do Rígido e Flexivel. Go = rígido; Ju = flexível; Ryu = estilo) foi fundado pelo Mestre Chojun Miyagi, defensor das blocagens e do estatismo e preconizando a concentração da força. O Goju-ryu procura o equilíbrio dos opostos, das energias antagónicas e complementares. Agindo com energia ou brandura, rapidez ou suavidade. O Goju-ryu caracteriza-se também por movimentos circulares. Os Katas deste estilo são executados com contracção ventral de expiração sonora de extremo poder.
O estilo Shito-Ryu foi criado em 1930 pelo mestre Kenwa Mabuni, que veio de Okinawa para Osaka. O estilo criado por Kenwa Mabuni é uma verdadeira síntese dos ensinamentos de diversos grandes mestres de artes marciais.
É o sistema mais extenso de Karate, que se demarca dos restantes pelo vasto número de Katas (mais de 52), pela suavidade e versatilidade das técnicas de combate e pela inclusão de técnicas de chão e pelo uso de armas brancas na sua instrução. É um estilo ideal para competição.
Em 1935, um dos discípulos de Funakoshi, Hironori Otsuka fundou uma escola que designou por Wado-Ryu (Wado ou caminho da paz). Este estilo diferencia-se dos outros pela utilização de técnicas de esquiva (tai-sabaki ou movimentos de esquiva circulares e nagashi), projecções (muito comuns no Judo, no Aikido e no Jiu-Jitsu) e movimentação/troca de guarda (ten-i, ten-tai e ten-gui). Isso resulta do facto de Mestre Otsuka ter praticado Ju-jitsu e Kendo.
No Karate Wado, as técnicas de defesa (ukewaza) são fortemente baseadas na esquiva e na movimentação da anca, em detrimento dos bloqueios simples feitos com os braços e as mãos. Já o ataque é lançado quase simultaneamente à defesa, visando aproveitar ao máximo a força usada pelo adversário no ataque. Um dos princípios do Wado-ryu é obter o máximo de eficiência com o mínimo gasto de energia.
O estilo Kiokushinkai-kan do mestre Oyama Kancho é um Karate espectacular, com teste de quebra Swiwari e explosão do máximo de energia num espaço de tempo relâmpago. Mestre Oyama, natural da Coreia, estudou vários sistemas de luta coreanos e chineses antes de enveredar pela linha de Okinawa, fazendo a apologia de um Karate extraordinariamente perigoso, mesmo em competição. Mestre Oyama tornou-se uma lenda no Japão depois de ter morto, em 1953, um touro de 600 quilos, abatendo-o com um só golpe.





O karate também sofreu alterações ao nível dos uniformes com a adopção do Kimono ou Karategi em conjunto com um cinto de cor indicando o progresso de cada aluno – ambos criados pelo mestre Jigoro Kano fundador do Judo.
Como foi adoptado pela cultura japonesa, o karate está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do karate algumas vezes é chamada de “zen em movimento”. As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como a executada no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrolo, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende bastante da interpretação de cada instrutor.








Referências bibliográficas:

Mendonça, Ruy - (1975) – Karate e Zen, Gráfica Imperial, Lisboa.
Pfluger, Albrecht – (1969) – Karate I e II, Editorial Presença, Lisboa.
http://www.karatesse.no.sapo.pt/




 

 
 

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