Há quem diga que a escola deve ser um espaço privilegiado de desenvolvimento criativo, onde todos os seus "actores" possam usufruir dos meios e dos incentivos necessários para o atingirem. Assim sendo, um clube de teatro na escola poderá favorecer essa creatividade e, simultaneamente, a competência comunicativa e o espírito de observação. Não propriamente a observação de si próprio, mas aquela que dá acesso ao conhecimento dos valores que definem o indivíduo. "Quem se observa apenas a si, jamais alcança conhecer a natureza humana", diz Bertolt Brecht nos seus Estudos sobre Teatro. A história da arte dramática, isto é, do teatro, confunde-se com a história do próprio homem. A origem do teatro está nas mais remotas manifestações da actividade humana. Pensa-se que já na Pré-História a arte da representação estava presente nas danças guerreiras ou mágicas como forma de glorificação dos deuses ou dos mortos. Mas foi na Grécia antiga que ela atingiu a sua verdadeira perfeição e nobreza como arte. Citando José Rodrigues Miguéis, hoje o teatro é olhado como lugar de "(...) exaltação, mistério e liberdade, onde a gente pode sentir o que não compreende, amar, sofrer, rir, chorar, fingir à vontade, mascarar-se, declamar... Ele excita, comove, amedronta, duplica a vida. Sente-se a gente com a alma à solta". Com efeito, o artista dramático traduz as paixões e os sentimentos mais profundos que contribuem para a comoção e a excitação do ser humano. Ao fazer parte dos currículos escolares, o texto dramático aparece como objecto de leitura e estudo. Todavia, a sua real finalidade é a representação. É aí que a arte dramática se agiganta, tornando-se uma verdadeira escola de vida. Pô-la em prática é o objectivo deste Clube.
O Clube de Teatro da E. B. 2,3 de Cinfães
Publicado por Luís Miguel da Silva Pinho @ 2:10 da tarde